Silverchair "do mal" |
Silverchair começou
no final dos anos 90 com o bom e velho grunge e, com o passar do tempo,
adquiriu letras encorpadas, psicológicas e densas, com harmonias audaciosas e
muitas vezes fortemente impactantes ou depressivas.
É do conhecimento
geral de quem acompanhou a banda no auge (porque algumas de suas canções
tocaram muito, como "Miss You Love" e "Ana's Song" que
virou um hino contra a anorexia) que as letras soturnas acompanharam um período
em que o vocalista Daniel Johns lutava contra uma anorexia nervosa e uma
depressão que quase o levaram à morte... Superada essa
parte complicada, a música da banda mudou (Johns era o principal compositor,
além de guitarrista, pianista e vocalista da banda). Era de se esperar, afinal
o artista é a obra e vice-versa. Mas o som perdeu aquela veracidade, aquela
intensidade e, a meu ver, a genialidade dos anos escuros.
O mais engraçado
(ou não) de tudo é que, após se recuperar da anorexia e da depresão a esposa de
Daniel Johns, a também cantora Nathalie Imbruglia, o deixou e, quando você
aguarda um retorno sombrio e cheio de ódio o Silverchair surge com o
ultra-fofinho "Young Modern" e você ouve e pensa: "que p*&%a
é essa?!" Onde está o Silverchair de "Freak Show" com letras
como as de "Abuse Me", "Cemetery" ou a ira de "Learn
To Hate" (a eterna melhor de todas pra mim), ou o Silverchair de
"Neon Balroom" com épicos como "Emotional Sickness" e
"Black Tangled Heart"?
Mas o caso talvez
seja mais complicado do que parece... É como diz aquela letra do Marillion
"We don't have to live in a world
Where we give bad names to beautiful things". As músicas do "Young Modern" são
bonitas até, mas não agradaram muita gente, incluso eu. O que dá uma certa
culpa ao pensar que provavelmente foram compostas na fase feliz do autor, a
fase curada. Faz você pensar um pouco sobre as pessoas que somos e como muitas
vezes somos mesquinhos com a arte das pessoas ou quando nossos ícones resolvem
mudar por decisão ou acabam mudando de pouquinho na vida até perceber que não
são mais quem eram antes. Como diria Humberto Gessinger: "Só a mudança é
permanente".
Silverchair "do bem" |
Ao contrário da
teoria da evolução, Silverchair tem um elo perdido... Ou achado: Diorama. Foi
nesse álbum que a banda conseguiu fundir o que era antes ao que iria se tornar
sem fazer feio! Melodias complexas, algumas pesadas com um que soturno como
"One Way Mule", algo de quase doentio no som de "Too Much of Not
Enough", uma balada fofinha em "Luv Your Life", flertes com o
clássico (com piano e tudo) em "After All These Years" e "Across
The Night", a depra batendo na sua porta em "My Favourite Thing"
e por aí vai...
Enfim... Daniel Johns acabou fundando o The Dissociatives, outra banda na linha do "Young Modern" e está na ativa desde então, enquanto o silverchair parece ter se aposentado pra sempre. Seja feliz, Daniel!
Álbuns de estúdio:
1995 - Frogstomp
1997 - Freak Show
1999 - Neon Ballroom
2002 - Diorama
2007 - Young Modern
Álbuns ao vivo:
2003 - Live from Faraway Stables
Compilações:
2000 - The Best Of Vol.1
2000 - Rarities 1994 - 1999
EP:
1994 - Tomorrow EP
Fonte: Wikipédia
Just keep rocking! \m/
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