quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Silverchair



Silverchair "do mal"

Silverchair começou no final dos anos 90 com o bom e velho grunge e, com o passar do tempo, adquiriu letras encorpadas, psicológicas e densas, com harmonias audaciosas e muitas vezes fortemente impactantes ou depressivas.

É do conhecimento geral de quem acompanhou a banda no auge (porque algumas de suas canções tocaram muito, como "Miss You Love" e "Ana's Song" que virou um hino contra a anorexia) que as letras soturnas acompanharam um período em que o vocalista Daniel Johns lutava contra uma anorexia nervosa e uma depressão que quase o levaram à morte... Superada essa parte complicada, a música da banda mudou (Johns era o principal compositor, além de guitarrista, pianista e vocalista da banda). Era de se esperar, afinal o artista é a obra e vice-versa. Mas o som perdeu aquela veracidade, aquela intensidade e, a meu ver, a genialidade dos anos escuros.

O mais engraçado (ou não) de tudo é que, após se recuperar da anorexia e da depresão a esposa de Daniel Johns, a também cantora Nathalie Imbruglia, o deixou e, quando você aguarda um retorno sombrio e cheio de ódio o Silverchair surge com o ultra-fofinho "Young Modern" e você ouve e pensa: "que p*&%a é essa?!" Onde está o Silverchair de "Freak Show" com letras como as de "Abuse Me", "Cemetery" ou a ira de "Learn To Hate" (a eterna melhor de todas pra mim), ou o Silverchair de "Neon Balroom" com épicos como "Emotional Sickness" e "Black Tangled Heart"?

Mas o caso talvez seja mais complicado do que parece... É como diz aquela letra do Marillion "We don't have to live in a world  Where we give bad names to beautiful things". As músicas do "Young Modern" são bonitas até, mas não agradaram muita gente, incluso eu. O que dá uma certa culpa ao pensar que provavelmente foram compostas na fase feliz do autor, a fase curada. Faz você pensar um pouco sobre as pessoas que somos e como muitas vezes somos mesquinhos com a arte das pessoas ou quando nossos ícones resolvem mudar por decisão ou acabam mudando de pouquinho na vida até perceber que não são mais quem eram antes. Como diria Humberto Gessinger: "Só a mudança é permanente". 

Silverchair "do bem"

Ao contrário da teoria da evolução, Silverchair tem um elo perdido... Ou achado: Diorama. Foi nesse álbum que a banda conseguiu fundir o que era antes ao que iria se tornar sem fazer feio! Melodias complexas, algumas pesadas com um que soturno como "One Way Mule", algo de quase doentio no som de "Too Much of Not Enough", uma balada fofinha em "Luv Your Life", flertes com o clássico (com piano e tudo) em "After All These Years" e "Across The Night", a depra batendo na sua porta em "My Favourite Thing" e por aí vai...

Enfim... Daniel Johns acabou fundando o The Dissociatives, outra banda na linha do "Young Modern" e está na ativa desde então, enquanto o silverchair parece ter se aposentado pra sempre. Seja feliz, Daniel!

Álbuns de estúdio:
1995 - Frogstomp
1997 - Freak Show
1999 - Neon Ballroom
2002 - Diorama
2007 - Young Modern

Álbuns ao vivo:
2003 - Live from Faraway Stables

Compilações:
2000 - The Best Of Vol.1
2000 - Rarities 1994 - 1999

EP:
1994 - Tomorrow EP

Fonte: Wikipédia

Just keep rocking! \m/ 

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