Lembram que eu
mencionei certa feita que nem toda banda que atualmente está ruim
necessariamente era ruim no começo, mas pode ter feito coisas interessantes no
passado? Pois bem, agora
imagine que uma dessas bandas resolva retornar às origens? Boa notícia não?
Esse é o caso do
Panic At The Disco. A banda estreou em 2005 com o incrível álbum "A Fever
You Can't Sweat Out" mesclando uma dezena de elementos inexplicáveis pra
uma banda que começou a carreira fazendo cover do finado Blink 182 (pra lá de
previsível musicalmente). Panic incorporava instrumentos de música erudita
barroca, indie, elementos circenses, música eletrônica (dance, pra ser mais
exato) e dark cabaret. Sendo que a primeira parte do álbum era totalmente
dance/eletrônica enquanto que a segunda parte era totalmente vintage. Pra lá de
original!
Outro aspecto pra
lá de original eram as letras como Camisado que conta a luta do pai de Brendon
Urie contra o alcoolismo, "Lying Is the Most Fun a Girl Can Have Without
Taking Her Clothes Off" e "But It's Better If You Do": duas
canções retiradas diretamente do roteiro do filme "Closer: Perto
Demais" (recomendo o filme), "I Constantly Thank God For Esteban",
canção que trata diretamente de como o culto religioso em muitas tem se tornado
uma espécie de "show" onde a mensagem da fé em si tem pouca
importância, além de "I Write Sins Not Tragedies" com um emblemático
clipe que faz qualquer homem pensar duas vezes antes de casar com uma mina com
histórico de infidelidade. Os clipes feitos pela banda para promover as canções do primeiro disco eram outro capítulo à parte, extremamente teatralizados.
O caso é que,
depois de arrebanhar fãs mundo a fora, num acesso de criatividade (ou de falta
dela, nunca saberemos) a banda mudou totalmente a fórmula e lançou o
dolorosamente pop "Pretty Odd" em 2008, o que acerretou a perda do "!" no nome da banda, que passou de "Panic! At The Disco" para "Panic At The Disco". O novo trabalho foi uma decepção pra quem
esperava algo na mesma linha do 1.ª álbum. A banda havia se tornado mais uma
entre tantas bandas de pop suave sem nenhum diferencial criativo além de uma ou
outra letras bonitinhas. Se você ouviu esse álbum e teve a impressão que era de
música infantil, foi exatamente essa a impressão que tive ao ouvir
"Pretty Odd".
Porém, ainda
havia esperança de redenção, contando agora apenas com 2 de seus membros
fundadores, o Panic se arrependeu de seus pecados e lançou "Vices & Virtues"
em 2011. Fui ouvir mais por curiosidade que por esperança de que tivessem feito
algo bom e que surpresa ao notar que, embora não fosse como o 1.ª álbum, havia
algo de retorno às raízes! O som novamente empregada elementos alternativos
mesclados do Indie, do lado eletrônico do Dark Wave e alguma sonoridade barroca
dentro do contexto do pop contemporâneo como se tivessem harmonizado os dois
primeiros trabalhos numa síntese bem coerente nesse 3.º álbum. Fiquei
satisfeito ao ouvir e pensei: por que não criar uma linha do tempo no Billy To
Indie que permitisse aos curiosos, decepcionados ou entusiastas do Panic
comparar os 3 trabalhos? E assim, aqui estamos nós! Confiram:
Just keep rocking! \m/